CAPÍTULO III
O céu
Item 11

A vida nos mundos
superiores já é uma recompensa, visto nos acharmos isentos, aí, dos males e
vicissitudes terrenos. Onde os corpos, menos materiais, quase fluídicos, não
mais são sujeitos às moléstias, às enfermidades, e tampouco têm as mesmas
necessidades.
Excluídos os Espíritos
maus, gozam os homens de plena paz, sem outra preocupação além da do
adiantamento pelo trabalho intelectual. Reina lá a verdadeira fraternidade,
porque não há egoísmo; a verdadeira igualdade, porque não há orgulho, e a
verdadeira liberdade por não haver desordens a reprimir, nem ambiciosos que
procurem oprimir o fraco.
Comparados à Terra, esses
mundos são verdadeiros paraísos, quais pousos ao longo do caminho do progresso
conducente ao estado definitivo.
Sendo a Terra um mundo
inferior destinado à purificação dos Espíritos imperfeitos, está nisso a razão
do mal que aí predomina, até que praza a Deus fazer dela morada de Espíritos
mais adiantados.
Assim é que o Espírito,
progredindo gradualmente à medida que se desenvolve, chega ao apogeu da
felicidade; porém, antes de ter atingido a culminância da perfeição, goza de
uma felicidade relativa ao seu progresso. A criança também frui os prazeres da
infância, mais tarde os da mocidade, e finalmente os mais sólidos, da madureza.