Luzes
do Entardecer
Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem
recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto do coração, as luzes
remanescentes do próprio grupo familiar.
Reflete, naqueles que te preservaram a existência ainda
frágil, nos panos do berço; nos que te equilibraram os passos primeiros; nos
que te afagaram os sonhos da meninice e naqueles outros que te auxiliaram a
pronunciar o nome de Deus.
Já que atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no
heroísmo silencioso com que te ensinam a valorizar os tesouros do tempo, nas
dificuldades que terão vencido para serem quem são, no suor que lhes alterou as
linhas da face e nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos...
E quando, porventura,
te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e
paciência... Não estarão, de certo, a ferir-te e sim provavelmente algo
murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no
peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são especialmente
queridos!...
Ama e respeita os companheiros idosos! São eles as vigas que
te escoram o teto da experiência e as bases de que hoje te levantas para seres
quem és...
Auxilia-os, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia
da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que
assinalam, no mundo, a hora do entardecer.
Autor:
Meimei
Psicografia:
Francisco Cândido Xavier
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