Fim de ano
Richard Simonetti
Trinta e um de
dezembro. Confraternização entre espíritas.
Falava-se do que se
havia ganhado ou perdido, num balanço de fim de ano, cada qual com sua
lembrança mais significativa.
– Vendi pequena propriedade; comprei outra maior.
– Realizei o sonho de meu filho: dei-lhe um automóvel zerinho.
– Foi um ano complicado. Perdi bom dinheiro num desastrado aval.
– O meu foi ótimo. Ampliei meu rebanho bovino.
– Passei por experiência terrível! Fui assaltado!
– Vendi pequena propriedade; comprei outra maior.
– Realizei o sonho de meu filho: dei-lhe um automóvel zerinho.
– Foi um ano complicado. Perdi bom dinheiro num desastrado aval.
– O meu foi ótimo. Ampliei meu rebanho bovino.
– Passei por experiência terrível! Fui assaltado!
Alguém perguntou:
– E você, Chico, o que nos diz?
O médium sorriu e respondeu com a simplicidade de sempre:
– Todo dia 31 de dezembro, eu penso: Ah! Jesus amado, agradeço-te por mais um ano de trabalho, em que pude continuar no combate às minhas grandes imperfeições.
– E você, Chico, o que nos diz?
O médium sorriu e respondeu com a simplicidade de sempre:
– Todo dia 31 de dezembro, eu penso: Ah! Jesus amado, agradeço-te por mais um ano de trabalho, em que pude continuar no combate às minhas grandes imperfeições.
***
Certa feita, elaborei uma enquete junto a colegas de trabalho, com uma única pergunta:
O que você está fazendo na Terra?
Incrível! Quase
todos, mesmo religiosos, não souberam definir com exatidão.
Espíritas que
responderam não foram muito além, explicando que, na condição de habitantes de
um planeta de provas e expiações, aqui estão para resgatar dívidas, a fim de se
habilitarem a viver em planos mais altos habitados por espíritos sem registro
nos serasas siderais.
Serasa, como
sabemos, prezado leitor, é o serviço público de registro de pessoas com débitos
pendentes.
Raros têm
consciência de que a finalidade precípua da existência humana é a nossa
evolução.
Dores, dissabores,
dificuldades, lutas, doenças, males variados, que nos afligem, podem
eventualmente funcionar como depuradores espirituais, em face do que fizemos de
errado no passado, mas não produzem evolução.
Esta depende do
esforço por superarmos nossas imperfeições, harmonizando-nos com os objetivos
da existência, já que não foi por mero diletantismo que Deus nos criou.
Isso implica
empenho diário de renovação, reflexão, identificação e superação de nossas
mazelas...
Se a cada ano que
passa cogitarmos de conquistas ou prejuízos materiais, sem nos darmos ao
trabalho de avaliar o que fizemos como espíritos imortais, no terreno cultural,
espiritual e moral, então, amigo leitor, estaremos marcando passo nos caminhos
da evolução.
***
O Espiritismo é bastante claro ao nos ensinar que ninguém retrograda.
Não retornaremos
aos estágios primários; ninguém voltará a viver nas árvores, como símios antropoides
que já fomos, embora muita gente o mereça.
Mas, se caminhar
para trás é impossível, imitar um poste é comum. Multidões fincam-se no terreno
da inconsequência, num marca-passo evolutivo. Perdem tempo, comprometem-se na
inércia.
Deus inventou a
morte para dar uma sacudida nos postes, com o choque da desencarnação, a
reintegrá-los na dinâmica de evolução, que pede movimento, aprimoramento,
desenvolvimento de potencialidades, crescimento moral, intelectual e
espiritual.
***
Antes que a morte nos imponha penosas surpresas, superemos a vocação para poste e assumamos nossos compromissos com a vida.
E que, a cada fim de ano, antes de fazermos um balanço dos eventos
envolvendo o homem perecível, avaliemos as realizações do espírito imortal,
dispondo-nos a repetir, com Chico Xavier, em oração:
– Ah! Jesus amado, agradeço-te por mais um ano de trabalho, em que pude continuar no combate às minhas grandes imperfeições.
– Ah! Jesus amado, agradeço-te por mais um ano de trabalho, em que pude continuar no combate às minhas grandes imperfeições.
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