sexta-feira, 7 de abril de 2017

O Livro dos Espíritos - 160 anos - Missão de Allan Kardec

Hoje descreveremos aqui algumas ideias que estão registradas dentro do livro, em Prolegômenos (noções ou princípios básicos para o estudo de um assunto qualquer):

"Fenômenos que escapam das leis da Ciência vulgar se manifestam em toda a parte e revelam, em sua causa, a ação de uma vontade livre e inteligente.
A razão diz que um efeito inteligente deve ter por causa uma força inteligente, e os fatos provaram que essa força pode entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais. 
Essa força, interrogada sobre a sua natureza, declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do envoltório corporal do homem. É assim que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corporal estão na natureza das coisas e não constituem nenhum fato sobrenatural. Por isso, delas se encontram vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje, elas são gerais e patentes para todo o mundo.
Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência, para uma manifestação universal, são chegados, e que, sendo os ministros de Deus os agentes de sua vontade, sua missão é instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Este livro é a compilação dos seus ensinamentos. Foi escrito por ordem e sob o ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do seu pensamento e que não tenha se submetido ao seu controle. Somente a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação são obras daquele que recebeu a missão de o publicar.
Entre os Espíritos que concorreram para a realização desta obra, vários viveram em diversas épocas sobre a Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros não pertenceram, pelo seu nome, a nenhum personagem do qual a História tenha guardado a lembrança, mas sua elevação é atestada pela pureza de sua doutrina e sua união com aqueles que trazem um nome venerado.
Eis os termos pelos quais deram por escrito, e por intermédio de vários médiuns, a missão de escrever este livro:
'Ocupa-te com zelo e perseverança do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, porque esse trabalho é nosso. (...). 
Estaremos contigo todas às vezes que o pedires e para te ajudar em teus outros trabalhos, porque esta não é senão uma parte da missão que te está confiada, e que te já foi revelada por um dos nossos.
Entre os ensinamentos que te são dados, há os que deves guardar só para ti, até nova ordem. (...).
Coloca na cabeça do livro a cepa de vinha que te desenhamos, porque ela é o emblema do Criador: o corpo é a cepa, o espírito é o licor; a alma ou o espírito unido à matéria é o grão. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que não é senão pelo trabalho do corpo que o Espírito adquire conhecimentos.
Não te deixes desencorajar pela crítica. (...). Mas prossegues sempre. Crê em Deus e caminha com confiança. Aqui estaremos para te sustentar, e está próximo o tempo em que a verdade brilhará por toda a parte.
A vaidade de certos homens que creem tudo saber e querem tudo explicar à sua maneira, fará nascer opiniões dissidentes. Mas todos aqueles que tiveram em vista o grande princípio de Jesus, se confundirão no mesmo sentimento de amor ao bem, e se unirão por um laço fraternal que abrangerá o mundo inteiro. (...).
É com a perseverança que chegarás a recolher o fruto do teu trabalho. O prazer que experimentarás vendo a doutrina se propagar e ser compreendida te será uma recompensa da qual conhecerás todo o valor, talvez mais no futuro que no presente. Não te inquietes, pois, com as sarças e as pedras que os incrédulos ou os maus semearão sobre teu caminho. Conserva a confiança: com confiança tu chegarás ao fim, e merecerás ser sempre ajudado.
Lembra-te de que os bons Espíritos não assistem senão aqueles que servem a Deus com humildade e desinteresse, e repudiam a qualquer que procure, no caminho do céu, um degrau para as coisas da Terra. Eles se distanciam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira entre o homem e Deus; é um véu atirado sobre as claridades celestes, e Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz.'" (São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luiz, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedemborg, etc., etc.)



Nenhum comentário:

Postar um comentário