sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

MEDITAÇÕES ESPÍRITAS

À semelhança de ácido que corrói a superfície na qual se encontra, a mágoa desgasta, a pouco e pouco, as peças delicadas das engrenagens orgânicas do homem, destrambelhando-lhe os equipamentos muito delicados da organização psíquica.
A mágoa é conselheira impiedosa e artesã de males cujos efeitos são imprevisíveis.
Penetra no âmago do ser e envenena-o, impedindo-lhe o recebimento dos socorros do otimismo, da esperança e da boa vontade em relação aos fatores que o maceram.
Instalando-se, arma a sua vítima de impiedade e rancor, levando-a a atitudes desesperadas, desde que lhe satisfaça a programação vil.
Exala amargura e desconforto, expulsando as pessoas que intentam contribuir para a mudança de estado, graças às altas cargas vibratórias negativas, que exteriorizam mau humor e azedume.
Quem acumula mágoas, coleciona lixo mental.
Reage às tentativas de alojamento da mágoa nos teus sentimentos.
Não estás, no mundo, por acaso, antes, com finalidades adredemente estabelecidas que deves atender.
Acompanha a marcha do Sol, e enriquece-te de luz, não mergulhando na sombra dos ressentimentos destrutivos.
Sorri ante o infortúnio, agradecendo a oportunidade de superá-lo através dos valores éticos e educativos que já possuis, poupando-te à consumação de que é portadora a mágoa.

FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 22.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MEDITAÇÕES ESPÍRITAS

A depressão tem a sua gênese no Espírito, que reencarna com alta dose de culpa, quando renteando no processo da evolução sob fatores negativos que lhe assinalam a marcha e de que não se resolveu por liberar-se em definitivo.
Com a consciência culpada, sofrendo os gravames que lhe dilaceram a alegria íntima, imprime nas células os elementos que as desconectam, propiciando, em largo prazo, o desencadeamento dessa psicose que domina uma centena de milhões de criaturas na atualidade.
Se desejarmos examinar as causas psicológicas, genéticas e orgânicas, bem estudadas pelas ciências que se encarregam de penetrar o problema, temos que levar em conta o Espírito imortal, gerador dos quadros emocionais e físicos de que necessita, para crescer na direção de Deus.
A depressão instala-se, pouco a pouco, porque as correntes psíquicas desconexas que a desencadeiam, desarticulam, vagarosamente, o equilíbrio mental.
Quando irrompe, exteriorizando-se, dominadora, suas raízes estão fixadas nos painéis da alma rebelde ou receosa de prosseguir nos compromissos redentores abraçados.
Face às suas cáusticas manifestações, a terapia de emergência faz-se imprescindível, embora, os métodos acadêmicos vigentes, pura e simplesmente, não sejam suficientes para erradicá-la.
Permanecendo as ocorrências psicossociais, sócio-econômicas, psico-afetivas, que produzem a ansiedade, certamente se repetirão os distúrbios no comportamento do indivíduo conduzindo a novos estados depressivos.
Abre-te ao amor e combaterás as ocorrências depressivas, movimentando-te, em paz, na área da afetividade, com o pensamento em Deus.
Evita a hora vazia e resguarda-te da sofreguidão pelo excesso de trabalho.
Adestra-te, mentalmente, na resignação diante do que te ocorra de desagradável e não possas mudar.
Quando sitiado pela ideia depressiva alarga o campo de raciocínio e combate o pensamento pessimista.
Açodado pelas reminiscências perniciosas, de contornos imprecisos, sobrepõe as aspirações da luta e age, vencendo o cansaço.
Quem se habilita na ação bem conduzida e dirige o raciocínio com equilíbrio, não tomba nas redes bem urdidas da depressão.
Toda vez que uma ideia prejudicial intentar espraiar-se nas telas do pensamento obnubilando-te a razão, recorre à prece e à polivalência de conceitos, impedindo-lhe a fixação.
Agradecendo a Deus a bênção do renascimento na carne, conscientiza-te da sua utilidade e significação superior, combatendo os receios do passado espiritual, os mecanismos inconscientes de culpa, e produzes com alegria.
Recebendo ou não tratamento especializado sob a orientação de algum facultativo, aprofunda a terapia espiritual e reage, compreendendo que todos os males que infelicitam o homem procedem do Espírito que ele é, no qual se encontram estruturadas as conquistas e as quedas, no largo mecanismo da evolução inevitável.

FRANCO, Divaldo Pereira. Receitas de Paz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

MEDITAÇÕES ESPÍRITAS

Fim de ano

Richard Simonetti

Trinta e um de dezembro. Confraternização entre espíritas.
Falava-se do que se havia ganhado ou perdido, num balanço de fim de ano, cada qual com sua lembrança mais significativa.
– Vendi pequena propriedade; comprei outra maior.
– Realizei o sonho de meu filho: dei-lhe um automóvel zerinho.
– Foi um ano complicado. Perdi bom dinheiro num desastrado aval.
– O meu foi ótimo. Ampliei meu rebanho bovino.
– Passei por experiência terrível! Fui assaltado!
Alguém perguntou:
– E você, Chico, o que nos diz?
O médium sorriu e respondeu com a simplicidade de sempre:
– Todo dia 31 de dezembro, eu penso: Ah! Jesus amado, agradeço-te por mais um ano de trabalho, em que pude continuar no combate às minhas grandes imperfeições.
***

Certa feita, elaborei uma enquete junto a colegas de trabalho, com uma única pergunta:
O que você está fazendo na Terra?
Incrível! Quase todos, mesmo religiosos, não souberam definir com exatidão.
Espíritas que responderam não foram muito além, explicando que, na condição de habitantes de um planeta de provas e expiações, aqui estão para resgatar dívidas, a fim de se habilitarem a viver em planos mais altos habitados por espíritos sem registro nos serasas siderais.
Serasa, como sabemos, prezado leitor, é o serviço público de registro de pessoas com débitos pendentes.
Raros têm consciência de que a finalidade precípua da existência humana é a nossa evolução.
Dores, dissabores, dificuldades, lutas, doenças, males variados, que nos afligem, podem eventualmente funcionar como depuradores espirituais, em face do que fizemos de errado no passado, mas não produzem evolução.
Esta depende do esforço por superarmos nossas imperfeições, harmonizando-nos com os objetivos da existência, já que não foi por mero diletantismo que Deus nos criou.
Isso implica empenho diário de renovação, reflexão, identificação e superação de nossas mazelas...
Se a cada ano que passa cogitarmos de conquistas ou prejuízos materiais, sem nos darmos ao trabalho de avaliar o que fizemos como espíritos imortais, no terreno cultural, espiritual e moral, então, amigo leitor, estaremos marcando passo nos caminhos da evolução.
***

O Espiritismo é bastante claro ao nos ensinar que ninguém retrograda.
Não retornaremos aos estágios primários; ninguém voltará a viver nas árvores, como símios antropoides que já fomos, embora muita gente o mereça.
Mas, se caminhar para trás é impossível, imitar um poste é comum. Multidões fincam-se no terreno da inconsequência, num marca-passo evolutivo. Perdem tempo, comprometem-se na inércia.
Deus inventou a morte para dar uma sacudida nos postes, com o choque da desencarnação, a reintegrá-los na dinâmica de evolução, que pede movimento, aprimoramento, desenvolvimento de potencialidades, crescimento moral, intelectual e espiritual.
***

Antes que a morte nos imponha penosas surpresas, superemos a vocação para poste e assumamos nossos compromissos com a vida.

E que, a cada fim de ano, antes de fazermos um balanço dos eventos envolvendo o homem perecível, avaliemos as realizações do espírito imortal, dispondo-nos a repetir, com Chico Xavier, em oração:
– Ah! Jesus amado, agradeço-te por mais um ano de trabalho, em que pude continuar no combate às minhas grandes imperfeições.