“Fora
da caridade não há salvação.”
ALLAN
KARDEC
Necessidade
da caridade segundo São Paulo
Ainda que eu fale as línguas dos homens e até
mesmo a língua dos anjos, se não tiver caridade, sou apenas como um metal que
soa e um sino que tine; e ainda que tivesse o dom de profecia, e penetrasse em
todos os mistérios, e tivesse uma perfeita ciência de todas as coisas; e se
tivesse toda a fé possível, capaz de transportar montanhas, se não tiver
caridade, nada serei. E quando tivesse distribuído meus bens para alimentar os
pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade,
tudo isso de nada me servirá. A caridade é paciente, é doce e benigna; a
caridade não é invejosa, não é temerária e precipitada; não se enche de
orgulho, não é desdenhosa; não procura seus próprios interesses; não se
vangloria e não se irrita com nada; não suspeita mal, não se alegra com a
injustiça, e sim com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera e tudo
sofre. Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem;
mas, entre elas, a mais excelente é a caridade. (PAULO, 1ª EPÍSTOLA AOS
CORÍNTIOS, 13:1 A 7,13).
O que é trabalho voluntário?
Numa abordagem
abrangente, "voluntário é o cidadão que, motivado pelos valores de
participação e de solidariedade, doa seu tempo, seu trabalho e seu talento, de
maneira espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e
comunitário".
Voluntário é,
pois, toda pessoa que já rompeu, mesmo que parcialmente, a crosta de egoísmo, do ego, de egocentrismo, que em maior ou menor grau nos envolve a todos. É aquele que
já exercita, ainda que muitas vezes em estado embrionário, o amor ao próximo
ensinado por Jesus, fazendo ao irmão necessitado o que gostaria que se lhe
fizesse em idêntica situação. Atua no anonimato. É encontrado em toda parte,
oriundo de todas as camadas sociais e adepto de todas as religiões. É movido
pelo desejo sincero de servir, sem esperar nada em troca.
Pilares de sustentação do
trabalho voluntário na Casa Espírita
1º Pilar: Amor ao próximo, respeito humano
O
trabalho voluntário na Casa Espírita exige contato permanente com criaturas
humanas encarnadas e desencarnadas, situadas nas mais variadas faixas
vibratórias de pensamento e comportamento, daí a necessidade de o voluntário
ser portador de um aceitável grau de sensibilidade para que possa bem se
relacionar com essas pessoas, a fim de não prejudicar os intentos divinos em
favor delas.
2º Pilar: Fidelidade aos princípios espíritas
Em função
da natureza do trabalho realizado na Casa Espírita, é fundamental que seu
trabalhador voluntário não só tenha conhecimento doutrinário, mas também o
abrace e nele tenha fé. O trabalho sob a égide do Espiritismo também leva em
consideração a vida espiritual das pessoas e seu retorno à carne em vidas
futuras. Para que essa consciência se firme, de forma mais efetiva na conduta
do voluntário, é necessário que saiba o que é reencarnação, quais os princípios
que a regem e que a compreenda à luz do Espiritismo; que tenha conhecimento e
acredite na comunicabilidade dos Espíritos, em como essa comunicação se
processa e que efeitos provoca na vida da criatura humana; que tenha fé em
Deus, em sua bondade, misericórdia e justiça, para melhor entender as
desventuras com que se deparará ao longo do seu trabalho e que acredite na
imortalidade da alma, para citar alguns requisitos básicos necessários a que se
guarde fidelidade aos princípios doutrinários espíritas.
3º Pilar: Convivência fraterna e companheirismo
Jesus com
seu exemplo nos ensinou que o trabalho na seara divina não dispensa a
participação de ninguém que esteja imbuído de boa vontade e sintonizado com os
propósitos divinos. Assim deve ser na Casa Espírita, pois todos os que nela se
encontram são irmãos que abraçam a mesma fé, dispostos a seguir as
recomendações de vida eterna, trazidas pelo Cristo, uns espiritualmente mais
amadurecidos que outros, mas todos desejosos de crescimento espiritual.
Diante
dessa heterogeneidade evolutiva, é natural que em alguns momentos ocorram
desencontros de opinião e comportamento, todavia, nesses momentos devemos nos
lembrar de que viemos para unir pessoas e não para separá-las.
4º Pilar: Amor ao trabalho
No
exercício de sua tarefa, o trabalhador voluntário da Casa Espírita deve estar
imbuído do sentimento de amor ao que faz e não do da obrigação ou da prestação
de um favor a alguém, seja encarnado, seja desencarnado. A alegria de poder
contribuir para a felicidade daqueles que a Providência divina coloca em nosso
caminho deve ser a motivação que nos leve a realizar o trabalho voluntário,
principalmente na Casa Espírita.
5º Pilar: Presença
Quem se
dispuser a trabalhar na seara espírita deve planejar bem seu tempo de modo a não
se prejudicar na condução de suas outras atividades, fora do Centro, e também
para que a tarefa da qual participa no Movimento Espírita não venha a sofrer
nenhum tipo de prejuízo. É imperativo que haja tranquilidade e satisfação por
parte do trabalhador voluntário, principalmente no desempenho de sua tarefa, e
isso só será possível se, dentre outros fatores, houver, no mínimo, um
equilíbrio razoável do binômio: trabalho assumido versus tempo disponível à sua
realização. Nesse quesito, a assiduidade e a responsabilidade são duas
condições que não podem faltar.
“Comece
fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará
fazendo o impossível.” (Francisco de Assis)
O Lar Fabiano de Cristo agradece a todos os seus trabalhadores
voluntários que passaram pela Casa nesses 40 anos, os que estão atuando no presente e os
futuros trabalhadores que, através do estudo sistematizado e metódico, em algum momento irão se agregar a novas tarefas.
Fonte:
Revista
Reformador, 2014.
FEB
(Federação Espírita Brasileira)