sábado, 15 de setembro de 2018

Precisamos falar sobre suicídio

O 2º CONJEBRAS (Congresso Jurídico Espírita Brasileiro), ocorrido em Goiânia, na Federação Espírita de Goiás, de 07 a 9 de setembro/2017, que se desenvolveu sob o tema  “Dignidade humana: valor universal, desafio para o século 21” elaborou ao final a “Carta de Goiânia”, cujo item 13, transcrevemos:
13. A prevenção ao suicídio tem bases na informação, que é um direito à dignidade humana, no diálogo e nas reflexões sobre o tema, tornando visível uma realidade oculta. A fragilidade psíquica e emocional dos que sofrem lhes engendra o desafio de lutar pela própria vida. O Espiritismo fornece recursos para a modificação da forma de pensar e de sentir, e contribui para a construção de uma atmosfera psíquica saudável.
Forçoso é concluir que a informação não acontece sem a comunicação, sem a divulgação da contribuição que a Doutrina Espirita dá à evolução do ser humano. A compreensão profunda sobre o objetivo da vida fornecida pelo Espiritismo traz ao ser humano a certeza e a tranquilidade da transitoriedade dos sofrimentos da vida.
Com as questões 132 e seguintes, do Livro dos Espíritos, Kardec questiona:
132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
E a espiritualidade responde: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da Criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
133. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem?
“Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.
a) Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”
O estudo reflexivo, cuidadoso, sério e profundo dessas questões e suas respostas proporciona à alma sofredora, um consolo esperançoso fortalecendo-a psíquica e emocionalmente para o trabalho necessário de sua própria evolução.
Elida Vicentini
Advogada, Pelotas/RS

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