sexta-feira, 26 de agosto de 2016

TRABALHO VOLUNTÁRIO



“Fora da caridade não há salvação.”
ALLAN KARDEC

Necessidade da caridade segundo São Paulo

 Ainda que eu fale as línguas dos homens e até mesmo a língua dos anjos, se não tiver caridade, sou apenas como um metal que soa e um sino que tine; e ainda que tivesse o dom de profecia, e penetrasse em todos os mistérios, e tivesse uma perfeita ciência de todas as coisas; e se tivesse toda a fé possível, capaz de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada serei. E quando tivesse distribuído meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, tudo isso de nada me servirá. A caridade é paciente, é doce e benigna; a caridade não é invejosa, não é temerária e precipitada; não se enche de orgulho, não é desdenhosa; não procura seus próprios interesses; não se vangloria e não se irrita com nada; não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, e sim com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera e tudo sofre. Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, entre elas, a mais excelente é a caridade. (PAULO, 1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, 13:1 A 7,13).


O que é trabalho voluntário?

Numa abordagem abrangente, "voluntário é o cidadão que, motivado pelos valores de participação e de solidariedade, doa seu tempo, seu trabalho e seu talento, de maneira espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário".
Voluntário é, pois, toda pessoa que já rompeu, mesmo que parcialmente, a crosta de egoísmo, do ego, de egocentrismo, que em maior ou menor grau nos envolve a todos. É aquele que já exercita, ainda que muitas vezes em estado embrionário, o amor ao próximo ensinado por Jesus, fazendo ao irmão necessitado o que gostaria que se lhe fizesse em idêntica situação. Atua no anonimato. É encontrado em toda parte, oriundo de todas as camadas sociais e adepto de todas as religiões. É movido pelo desejo sincero de servir, sem esperar nada em troca.
Pilares de sustentação do trabalho voluntário na Casa Espírita
1º Pilar: Amor ao próximo, respeito humano
O trabalho voluntário na Casa Espírita exige contato permanente com criaturas humanas encarnadas e desencarnadas, situadas nas mais variadas faixas vibratórias de pensamento e comportamento, daí a necessidade de o voluntário ser portador de um aceitável grau de sensibilidade para que possa bem se relacionar com essas pessoas, a fim de não prejudicar os intentos divinos em favor delas.
2º Pilar: Fidelidade aos princípios espíritas
Em função da natureza do trabalho realizado na Casa Espírita, é fundamental que seu trabalhador voluntário não só tenha conhecimento doutrinário, mas também o abrace e nele tenha . O trabalho sob a égide do Espiritismo também leva em consideração a vida espiritual das pessoas e seu retorno à carne em vidas futuras. Para que essa consciência se firme, de forma mais efetiva na conduta do voluntário, é necessário que saiba o que é reencarnação, quais os princípios que a regem e que a compreenda à luz do Espiritismo; que tenha conhecimento e acredite na comunicabilidade dos Espíritos, em como essa comunicação se processa e que efeitos provoca na vida da criatura humana; que tenha fé em Deus, em sua bondade, misericórdia e justiça, para melhor entender as desventuras com que se deparará ao longo do seu trabalho e que acredite na imortalidade da alma, para citar alguns requisitos básicos necessários a que se guarde fidelidade aos princípios doutrinários espíritas.
3º Pilar: Convivência fraterna e companheirismo
Jesus com seu exemplo nos ensinou que o trabalho na seara divina não dispensa a participação de ninguém que esteja imbuído de boa vontade e sintonizado com os propósitos divinos. Assim deve ser na Casa Espírita, pois todos os que nela se encontram são irmãos que abraçam a mesma fé, dispostos a seguir as recomendações de vida eterna, trazidas pelo Cristo, uns espiritualmente mais amadurecidos que outros, mas todos desejosos de crescimento espiritual.
Diante dessa heterogeneidade evolutiva, é natural que em alguns momentos ocorram desencontros de opinião e comportamento, todavia, nesses momentos devemos nos lembrar de que viemos para unir pessoas e não para separá-las.
4º Pilar: Amor ao trabalho
No exercício de sua tarefa, o trabalhador voluntário da Casa Espírita deve estar imbuído do sentimento de amor ao que faz e não do da obrigação ou da prestação de um favor a alguém, seja encarnado, seja desencarnado. A alegria de poder contribuir para a felicidade daqueles que a Providência divina coloca em nosso caminho deve ser a motivação que nos leve a realizar o trabalho voluntário, principalmente na Casa Espírita.
5º Pilar: Presença
Quem se dispuser a trabalhar na seara espírita deve planejar bem seu tempo de modo a não se prejudicar na condução de suas outras atividades, fora do Centro, e também para que a tarefa da qual participa no Movimento Espírita não venha a sofrer nenhum tipo de prejuízo. É imperativo que haja tranquilidade e satisfação por parte do trabalhador voluntário, principalmente no desempenho de sua tarefa, e isso só será possível se, dentre outros fatores, houver, no mínimo, um equilíbrio razoável do binômio: trabalho assumido versus tempo disponível à sua realização. Nesse quesito, a assiduidade e a responsabilidade são duas condições que não podem faltar.

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” (Francisco de Assis)
O Lar Fabiano de Cristo agradece a todos os seus trabalhadores voluntários que passaram pela Casa nesses 40 anos, os que estão atuando no presente e os futuros trabalhadores que, através do estudo sistematizado e metódico, em algum momento irão se agregar a novas tarefas.




Fonte:
Revista Reformador, 2014.

FEB (Federação Espírita Brasileira)


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